segunda-feira, 14 de março de 2016

Oh tempo!


Oh tempo, leva-me contigo
peço-te clemência
ajuda-me a curar
as cicatrizes da sobrevivência.

Leva-me para longe
enterra a minha dor,
deixa para trás
tudo aquilo que não tem valor.

Oh tempo, não me abandones
neste mundo, tão só...
onde o amor não é mais
do que uma cortina feita de pó.

Uma cortina que cai
basta uma brisa de vento
e, logo, o ego sobressai
ao desencobrir a verdade, por dentro.

Mas, um dia, tudo vai acabar
sem aviso, nesta vida
será que alguém vai lá estar
na altura da despedida?


Ana Margarida Fonseca